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Pesquisas indicam caminho para um couro livre de substâncias tóxicas

O couro é extremamente importante na decoração, na moda, na indústria automobilística. No entanto, curtir o couro libera inúmeros agentes poluidores. O cromo, usado para regularizar a cor, é extremamente tóxico, mas é ele que dá maciez, elasticidade e durabilidade para o produto.

O pesquisador brasileiro Luiz Carlos Alves de Oliveira, patenteou uma técnica que cria um catalisador que atrai o cromo e mantém a proteína da pele intacta. Desta forma, a pele fica livre do resíduo químico e o cromo volta para a indústria e pode ser reutilizado.

A inovação também ajuda a acelerar o processo de decomposição. Enquanto peças que levam cromo se decompõem em 200 a 250 anos, as peças curtidas de forma sustentável podem se decompor em 60 anos.

A indústria gaúcha está adotando a tecnologia chrome free (livre de cromo), que consiste em processar a matéria-prima sem o uso da substância. A demanda de países como Suécia, EUA, Tailândia e Polônia impõe a necessidade de produtos sustentáveis e ecofriendly. Uma pena que esta innovadora tecnología só está em 5% da produção brasileira.

Comunidade Europeia investe na oxazolidina

No mercado exterior há outros avanços também. O projeto intitulado “Couro ecologicamente correto bronzeado com oxazolidina” está sendo co-financiado pela Comissão Europeia por meio de equipes da Itália e da Espanha (comunidade Valenciana).

A solução eco-inovadora com a susbstância oxazolidina representa uma alternativa ao bronzeamento do couro, sem uso do cromo tradicional, eliminando o impacto ambiental das indústrias de processamento de couro.

A indústria europeia de curtumes – 70% da qual está localizada na Itália e na Espanha – é responsável por uma grande parte da produção mundial e é um importante setor econômico para toda a União Europeia. Os processos convencionais de fabrico de curtimento têm um impacto ambiental significativo sobretudo pela dificuldade de descarte das substâncias a reciclagem das mesmas.

Substituir produtos químicos por produtos naturais

O couro está na industria. Seja da moda, seja na automobilística.

O projeto LIFETAN, também financiado pela União Europeia, visa mudar radicalmente a indústria de curtumes para torná-la verde. Coordenado pela Agência Nacional de Novas Tecnologias, Energia e Ambiente – ENEA o projeto busca encontrar meios de substituir produtos químicos por substâncias naturais nas algumas fases do processo de curtimento do couro, sobretudo no ciclo de bronzeamento, transformando-o em ecológico.

O projeto LIFETAN tem como objetivo a substituição de substâncias perigosas, como o cromo, e a redução do teor de cloro com seis novas formulações ecologicamente corretas, usando subprodutos e resíduos naturais. Além disso, deve proporcionar economia de 20% no consumo de água durante o processo de curtimento de couro, aumentando a biodegradabilidade das moléculas usadas e aumento de 50% na capacidade de absorção de produtos verdes comparados aos atualmente empregados. 

A viabilidade técnica e econômica prosseguirá em etapas e as experiências deverão ser compartilhas com todos os curtidores espanhóis e italianos. Que assim seja! 



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