Fibras de urtiga são alternativa têxtil sustentável
A indústria têxtil está desenvolvendo fibras mais sustentáveis que substituam as fibras sintéticas que usam o o petróleo como base como poliéster, náilon, entre outras. A produção de fibras e tecidos aposta na urtiga comum (Urtica dioica), uma planta fácil de cultivar e que tornou-se uma das referências em sustentabilidade.
A urtiga é muitas vezes considerada uma praga porque cresce de forma muitas vezes inadequada, não muito bem vindas. Tudo por causa da urticária, sensação de ardor e coceira causada pelos pelos minúsculos e venenosos das folhas in natura quando entram em contato com a pele. No entanto, estes pelos são retirados antes de fazer o tecido.
O uso da urtiga para produzir tecidos não é novo. Estudos indicam uso da fibra de urtiga na produção de tecidos cerca de 2000 anos atrás. Vestígios foram encontrados na Dinamarca, Escandinávia, Polônia, Alemanha, Rússia e Escócia. A fibra foi também produzida comercialmente na China e no Japão.
A volta ao uso da urtiga na indústria de tecelagem tem sido motivada pela preocupação com os danos ambientais causados pela monocultura do algodão. Ao contrário da indústria algodoeira, a urtiga cresce e se desenvolve sem a necessidade de pesticidas, herbicidas ou muita água. As fibras nas urtigas são fortes e elásticas com propriedades resistentes ao fogo. Além disso, tem propriedades antibacterianas o que inibe naturalmente o mofo.
A urtiga usa pouca água, se adequa a vários ambientes e tem potencial para produzir um tecido macio e sedoso, oferecendo uma alternativa ao algodão.
Por que o algodão substituiu as fibras da urtiga nas tecelagens? Apenas porque era mais fácil de colher e tecer
Com a chegada do algodão no século 16 e a seda com grande força no mercado, as fibras, fios e roupas de urtiga perderam sua posição de liderança porque o mercado concluiu que o algodão era mais fácil de colher e tecer. Hoje, novos avanços em tecnologias de fiação e cruzamentos já produzem urtigas com superfibras: fortes, flexíveis, versáteis e de bom comprimento para fiação, por isso está sendo absorvido pela indústria cujo tema é a sustentabilidade.
O uso da urtiga no passado mais recente só ganhou mais destaque durante a Primeira Guerra Mundial, quando houve escassez de algodão. Na época, a urtiga voltou a ser usada na produção de uniformes para o exército alemão e para o exército francês. E assim, descobriram mais uma qualidade: o conforto térmico. As fibras de urtiga são ocas, estão cheias de ar no interior, o que cria um isolamento natural. Já na estação mais quente é possível manipular e reduzir o isolamento mudando a torção do fio.
Pesquisas avançam para a expansão do uso da urtiga no mercado
O pesquisador Peter Ruckenbauer, do Instituto de Agrobiotecnologia da Áustria, passou os últimos anos cruzando diferentes variedades de urtigas para produzir a urtiga perfeita para uso comercial. Como resultado desenvolveu uma planta de urtiga que cresce facilmente e proporciona altos rendimentos de fibra.
Ray Harwood, professor do grupo de pesquisa de engenharia e materiais têxteis da Universidade De Montfort, em Leicester, acredita que os fios e roupas de urtiga são os materiais do futuro. Ele está envolvido no primeiro projeto britânico contemporâneo para desenvolver urtigas como um tecido, que é apropriadamente chamado de Tecnologias Sustentáveis no cultivo de urtigas – STING. Os pesquisadores também fizeram uma parceria com a empresa Camira — fornecendo têxteis para uso na decoração.
Na Santa Luzia Redes e Decoração estamos ávidos por novidades têxteis sustentáveis. Que tecidos de urtiga se tornem uma realidade econômica sustentável também no Brasil.
Izabella, no último parágrafo tem nomes de pesquisadores. Além disso, há crédito do nome da empresa que já usa os tecidos na cartela de cores. Também no último parágrafo, foi citada o nome da empresa que está bancando os projetos.
Olá, em função de um trabalho de conclusão de curso sobre a fibra de urtiga, gostaria de saber as fontes das informações.